Diabetes gestacional é um tipo de diabetes que é diagnosticado pela primeira vez durante a gestação,e costuma se desenvolver após 24 semanas. Ocorre devido à secreção de hormônios placentários típicos da gestação.
Estima-se que atualmente cerca de 17% das gestações serão acometidas pela doença”, explica Carlos Brender , médico do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia .
Fatores de risco
Não existe uma causa especifica para o diabetes gestacional- diabetes mellitus gestacional (DMG), o endocrinologista Carlos explica alguns fatores que podem acarretar a doença:
• Idade de 35 anos ou mais;
• Sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual;
• Obesidade central;
• História familiar de diabetes mellitus em parentes de primeiro grau;
• Antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, malformações, morte fetal ou neonatal;
• Síndrome de ovários policísticos.
Riscos para mãe e bebê
O diabetes gestacional não é transmitido para o feto, mas pode trazer diversas complicações materno-fetais como:
- Feto muito grande, em gestações de 9 meses, consideramos bebês com mais de 4 kg;
- Traumas fetais e maternos (estes traumas podem ocorrer durante o parto, devido ao tamanho do bebê);
- Polidramnia (aumento do liquido amniótico);
- Aumento da necessidade Cesárea;
- Prematuridade;
- O bebê pode nascer com a glicose muito baixa;
- O bebê pode nascer com icterícia – fica com a pele amarelada;
Os principais riscos acabam sendo para o bebê ,para mãe pode ocorrer pré-eclâmpsia e traumas durante o parto, devido ao tamanho excessivo do bebê.
Importante salientar que a mãe que desenvolve DMG, não corre o risco de ser acometida pelas complicações classicamente associadas ao diabetes fora da gestação, como retinopatia (problema nos olhos), nefropatia (problemas renais) e neuropatia (problemas nos nervos periféricos).
Sintomas
O DMG não apresenta sintomas, para diagnosticá-lo é necessário fazer exames laboratoriais.
Na 1° consulta pré-natal deve ser solicitada a glicemia, após 8 horas de jejum (valor normal para a gestação: < 92 mg/dl).
Entre a 24 e 28 semanas de gestação deve ser solicitado o teste de Tolerância Oral à Glicose (TTOG) que é feito da seguinte forma:
A paciente colhe primeiro a glicemia em jejum (8 horas de jejum), depois ingere, por via oral, uma sobrecarga com 75 gramas de glicose anidra (é como um refresco, mas muito doce) e colhe a glicemia 1 hora e 2 horas após a ingestão da sobrecarga glicídica.
Os valores de normalidade do TTOG são: glicemia de jejum < 92 mg/dl; 1 hora < 180 mg/dl; 2 horas < 153 mg/dl.
Se houver um valor acima destes, é dado o diagnóstico de DMG.
Tratamentos
O principal tratamento é com uma dieta bem orientada. A dieta prescrita deve ser capaz de fornecer os nutrientes para o feto e para mãe de forma adequada, com objetivo de que esta ganhe de 200-500 gramas/semana (dependendo do IMC materno), a partir do 2 trimestre.
A prescrição da dieta na gestação, nunca tem o intuito de fazer a mãe perder peso, mesmo nas pacientes obesas.
A atividade física, guardada as recomendações obstétricas, melhora o controle glicêmico.
Atenção especial
Normalmente só a dieta é suficiente para controlar o diabetes gestacional, caso precise utilizar insulina, deve ser uma especifica para o período gestacional.
As insulinas aprovadas para uso na gestação são: NPH, Regular, Determir, Lispro e Asparte.
As drogas orais para o diabetes, que são usadas fora da gestação, não estão aprovadas para o uso durante o período gestacional só é utilizado em casos excepcionais.
Previna-se
A prevenção começa muito antes da gravidez levar uma vida saudável é a principal e forma.
Ter uma vida saudável, com alimentação adequada e prática regular a de atividade física antes e durante a gestação, é a principal ferramenta para a prevenção do “DMG” aconselha o endocrinologista.
O diabetes gestacional não costuma prevalecer após a gravidez, em 90% dos casos os níveis glicêmicos voltam ao normal.
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